terça-feira, 18 de maio de 2021

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Passaram segundos, minutos, horas, dias, e anos. 
E à anos atrás que tentaram amenizar ligeiramente a minha dor quando te perdi, dizendo que o tempo ajudava a apaziguar tudo o que estava a sentir naquele exato momento. Aquele misto de emoções de que me recordo tão bem... a revolta, a angústia, o desamparo... tantos os adjetivos que poderiam descrever o que senti. 
Por mais que nos tentemos mentalizar de que a morte é a única coisa que temos certa nesta vida... acho, honestamente, que não existe ninguém no mundo que esteja preparado para tal. É ter de compreender que desde aquele dia... aquele terrível dia... a única coisa em diante que teremos são as memórias. As memórias e a saudade. A saudade da voz, da gargalhada, do olhar dócil, daquela mão que me confortava em qualquer circunstância, dos fios de cabelos macios... oh, saudade minha. Que tem um nome. Que tem uma alcunha. Que será a minha eterna saudade. E que o tempo não foi capaz de apaziguar nada. Só me ensinou a viver sem ti em vida. E eu, que tantos planos tinha, tenho, e vou ter... e todos eles, quis que os visses. Que estivesses comigo. Não foi possível. Porque se há coisa que a vida é, é injusta. Faz-nos crescer da maneira mais dura possível. 
Mas se houve algo que aprendi com a tua ida... foi a não desistir. Como tu. A ser uma pessoa melhor a cada dia que passa. Por ti. 
Se conseguir, um dia, ser um terço do que foste... tenho a certeza de que, a minha missão, seja ela qual for, terá sido cumprida. 

Com amor,
a tua eterna menina, a tua netinha.